Banda de Santana não desistiu e fez obra
- Jorge Monteiro
- 17 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
Ontem foi o dia em que todos os diretores, músicos e sócios da Sociedade Musical Santanense tiveram «motivo para se sentirem orgulhosos»: as obras no edifício de apoio à sede foram inauguradas. Um orgulho porque, explicou a presidente da coletividade de Santana, Marta Ângelo, foram feitas à custa do trabalho e empenho de todos, com muito voluntariado envolvido, para que fosse possível concretizar um projeto que acabou por custar bem mais do que o previsto.
Ao intervir na cerimónia de inauguração do espaço, Marta Ângelo recordou uma trajetória que começou com uma candidatura a fundos comunitários para uma obra que acabou por derrapar em preço e por ser bastante maior do que o que estava inicialmente previsto. «Muitas vezes tivemos vontade de desistir», recordou.
Mas a vontade de «fazer mais e melhor em prol da coletividade» acabou por prevalecer. «O edifício estava degradado, chovia em todos os cantos, era um espaço que não dignificava a nossa associação, nem a freguesia nem Santana», recordou a dirigente.
O orçamento inicial apontava para 85 mil euros de investimento, com um apoio de 68 mil euros de candidatura a fundos comunitários através da ADELO. Mas quando a obra passou para a fase de execução, os preços eram «substancialmente superiores» e, somado a isto, quando se começou a intervir no edifício percebeu-se que as necessidades de intervenção eram bastante maiores. «Era muito a fazer com pouco dinheiro», disse ainda Marta Ângelo, recordando que a candidatura aprovada contemplava apenas telhado, pintura e instalação elétrica, mas foi necessário intervir no piso, paredes, casas-de-banho (incluindo para pessoas com mobilidade condicionada) e até cozinha.
Os santanenses foram, por isso, bastante mais longe e, perante as necessidades de intervenção arriscaram fazer mais, procurando apoios, dando mão de obra. «Muito do que aqui está foi feito pelo trabalho de voluntários», garantiu a dirigente. Contas feitas - ainda por fechar, alertou - a obra passou de um custo de «60 mil euros além dos 68 mil da candidatura».
Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara da Figueira da Foz, reconheceu o esforço e garantiu apoio. «Entendo que é obrigação de uma autarquia, quando a comunidade já deu lição aos poderes públicos, juntou meios e recursos», disse o autarca que, sem revelar valores, assegurou que «a Câmara vai apoiar uma verba que falta», da mesma forma que vai apoiar também o encontro ibérico de bandas filarmónicas que a coletividade está a preparar.
Mário Fidalgo, da ADELO, reconheceu que nem sempre é dado o valor às associações culturais na hora de distribuir fundos comunitários, mas este nem foi o caso. «Gostamos que a população reconheça que o dinheiro foi bem entregue, é curto, mas foi fundamental este pequeno impulso», afirmou, numa cerimónia em que a presidente da Junta de Ferreira-a-Nova, Susana Monteiro, reconheceu que são associações como a de Santana que vão mantendo a tradição da cultura e vão simultaneamente olhando para o património.

Texto / Foto: Diário de Coimbra de 15 abril 2024 [https://www.diariocoimbra.pt/noticia/129925]
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