Campos de Terra e Memórias de Santana
- Jorge Monteiro
- 11 de set.
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Assim como noutras aldeias, também em Santana o verão era sinónimo de futebol improvisado nos campos de terra batida, onde o único luxo eram as balizas de madeira, montadas com o que se tinha à mão.
Recordamos o Campo do Vale, o Campo da Gandarita e o Campo do Pousio, os quais eram palcos dos grandes derby's entre amigos e vizinhos, onde a bola rolava entre as pedras e a poeira, levando as risadas dos jovens a ecoar por toda a aldeia. Havia também o muito frequentado campo de jogos da Escola Primária, o qual, devido ao seu piso alcatroado, provocava, por vezes, algumas "mazelas mais sérias".
O jogo, simples e cheio de vida, ganhava novas dimensões quando, por tradição, se organizavam as partidas do "grandes contra os pequenos". Os mais velhos, com a experiência a falar mais alto, corriam contra os mais novos, com a energia a transbordar e a vontade de surpreender a cada passe. Não havia árbitros, apenas a palavra de quem mais gritava e, claro, as "faltas" eram decididas com risos e alguma disputa acesa.
Ali, nos campos de Santana, jogava-se por diversão, mas também se formavam amizades que resistiam ao tempo e se vivia a verdadeira essência do desporto: o prazer da competição saudável e o espírito de comunidade. Cada jogo, por mais simples que fosse, fazia parte das memórias de uma infância sem pressa, onde o único objetivo era aproveitar o momento.

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