Capela de Santa Ana
- Jorge Monteiro
- 9 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de set.
A meio da povoação encontra-se a capela de Santa Ana.
Trata-se de um edifício religioso datado do século XVII, cuja construção se encontra claramente inspirada no setecentismo regional – um estilo marcado pela sobriedade e simplicidade, características particularmente visíveis na fachada principal, desprovida de elementos decorativos exuberantes. Esta estética reflete não apenas os recursos modestos da comunidade local na época, mas também uma valorização das formas discretas e funcionais, em consonância com a religiosidade popular.
Na parte superior do portal principal, encontra-se gravada a data de 1896, correspondente à vigésima nona remodelação do edifício. Esta sucessão de intervenções comprova o cuidado continuado da comunidade em preservar o templo ao longo dos tempos. A primeira remodelação de que há registo terá ocorrido em 1766, ano inscrito no coro alto, inscrição essa que permanece visível e que constitui um testemunho histórico do enraizamento deste espaço na vivência espiritual local.
No interior da capela, destaca-se um expressivo conjunto de imagens devocionais, representativas da riqueza do culto católico e da diversidade das devoções que marcaram a prática religiosa da comunidade. Entre as imagens veneradas, encontram-se: Santa Ana – padroeira local, a quem a capela é especialmente dedicada –, Santo António, a Rainha Santa Isabel, o Sagrado Coração de Jesus, Nossa Senhora de Fátima, o Menino Jesus de Praga, São Judas Tadeu, São Joaquim, Nossa Senhora das Dores e Santa Eulália.
Mais do que um simples edifício religioso, esta capela é um símbolo identitário da comunidade, testemunho da sua fé, da sua história e do empenho coletivo em manter viva uma tradição secular. A sua preservação ao longo dos anos reflete o profundo respeito das gerações locais pela herança espiritual que aqui se manifesta.
Fotos: Capela Sta Ana


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