Corrida às Rosquilhas
- Jorge Monteiro
- 2 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de jul.
Entre os momentos mais aguardados das festas em honra de Santa Ana, na povoação de Santana, destacava-se um jogo tradicional que, pela sua simplicidade e entusiasmo, unia a juventude, a comunidade e o espírito popular da celebração: a encantadora e animada Corrida às Rosquilhas.
Este jogo, hoje recordado com saudade por quem o viveu, consistia numa prova de equilíbrio e destreza, onde os participantes, montados em bicicleta, empunhavam uma cana comprida e tinham como missão apanhar uma rosquilha suspensa por uma corda. O desafio exigia concentração, firmeza de mãos e, acima de tudo, nervos de aço, pois bastava um pequeno toque em falso para que a doce recompensa caísse ou se partisse.
Com o passar dos anos, surgiram variantes criativas da prova, como a que envolvia um banco invertido, colocado ao centro do percurso. Em cada uma das suas “pernas” era colocada uma rosquilha, equilibrada com precisão. De bicicleta - e sem nunca tocar com os pés no chão - os concorrentes tinham de retirar cada rosquilha com a mão, novamente sem a partir, e sem perder o equilíbrio.
Embora simples, o jogo exigia verdadeira perícia, e o prémio - uma modesta rosquilha - tornava-se um símbolo de mérito, leveza e habilidade. Para os mais jovens, era um momento de afirmação e destreza; para os mais velhos, um espetáculo divertido, que arrancava aplausos e risos entre familiares, vizinhos e visitantes.
A Corrida às Rosquilhas era mais do que um jogo: era uma celebração do engenho popular, da alegria partilhada em comunidade e da capacidade de transformar gestos humildes em memórias inesquecíveis. Hoje, ainda ecoa na lembrança como símbolo de uma festa feita de rituais doces e simples, onde a bicicleta era montada como cavalo de feira, e a rosquilha, alvo de conquista, adoçava o orgulho dos vencedores.

Milita Mina (comentário na página Santana/Fig.Foz) Facebook:
"Adorava essa tradição"