Guardas de Passagem de Nível
- Jorge Monteiro
- 3 de abr. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 17 de ago.
"Quem nunca teve de parar perante uma cancela fechada? Até que o comboio passasse a bandeira vermelha, enrolada, sinal de que a passagem estava livre, não baixava e não íamos a lado algum. Ficávamos ali, à espera. Depois a mulher, era quase sempre uma mulher, rodava aquela manivela grande que levantava as cancelas e a vida retomava o ritmo normal. Ela seguia para uma casa pequena e de aspeto muito humilde, quase sempre de madeira, e nós íamos à nossa vida."
Na maior parte das linhas em Portugal, até aos anos noventa, a segurança das circulações ferroviárias dependia unicamente de meios humanos.
Estas profissionais, que cumpriam turnos de 12 e até de 24 horas, aguardavam a passagem dos comboios muitas vezes em pequenos abrigos, sem água, luz ou casa de banho à beira da via férrea. Com as suas bandeiras ou lanternas, a elas cabia a tarefa de as erguer à passagem do comboio, dando assim o sinal de que a composição podia passar sem perigos. Pelas guardas, “os monstros de ferro passavam velozes levando passageiros que nem sonhavam que a sua segurança estava nas mãos daquelas senhoras”.
Era uma vida dura, solitária, de grande responsabilidade e muito poucas vezes reconhecida.
Texto adaptado daqui:
e


Comentários