Joaquim Maria Simões Pleno
- Jorge Monteiro
- 4 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de fev. de 2024
Joaquim Maria Simões Pleno nasceu em Santana (Figueira da Foz), no dia 15 de Outubro de 1908. É um dos dez filhos do matrimónio de Manuel Maria Simões Pleno com Ana de Jesus Ferreira. A sua formação musical foi efectuada pelo seu Pai (também músico e Maestro), notando-se-lhe grandes capacidades para a composição. Começou a tocar flautim na Filarmónica Santanense aos oito anos, tendo composto a sua primeira canção por volta dos 9 anos de idade. Frequentou a escola, de onde sai sem completar o 4.º ano. Para ajudar a família, vai trabalhar para uma serração de madeira. Como Manuel Pleno havia sido convidado para reger a banda de Arazede (Montemor-o-Velho), toda a família se mudou para ali, onde Joaquim conheceu o Professor, hábil a tocar violino, embora tivesse parcos conhecimentos musicais. Joaquim pediu-lhe então que o preparasse para o exame do 4.º ano e, como forma de pagamento, ensinava-lhe teoria musical e solfejo. Lentamente, a sua formação musical consolida-se, merecendo a confiança de toda a comunidade. Após o falecimento de um tio, que dirigia a banda de Liceia (Montemor-o-Velho), Joaquim Pleno foi convidado para o substituir, tendo iniciado assim a sua carreira como Regente. Aos 16 anos viajou para a Pampilhosa com o seu Pai, que aceitou um convite para dirigir a Filarmónica Pampilhosense. Tendo sofrido um acidente em 1926, Manuel Pleno passa a batuta ao jovem Joaquim, que se mantém no comando durante 64 anos. Entretanto, casou com Paulina de Melo Lindo, que lhe deu quatro filhos, Sílvio, Manuel, Natália e Rosa, tendo os rapazes enveredado por uma carreira como músicos militares e compositores. Joaquim Pleno, durante a sua vida, esteve à frente das bandas de Liceia, Arazede, Poiares, Barcouço, S. João de Areias e Pampilhosa, bem como das Tunas de Souselas e Franciscas (Cantanhede). Foi o compositor exclusivo da Casa “Olímpio Medina” de Coimbra. Escreveu centenas de composições para filarmónicas e orquestras, tendo-se inscrito na Sociedade Portuguesa de Autores. A sua obra estará espalhada por todo o mundo, assinada por si e também pelo seu pseudónimo, Talarosa (junção dos nomes das suas filhas, Natália e Rosa). Entre outras homenagens, foi-lhe atribuída, em 12-5-1991, a medalha concelhia de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Mealhada, e, em 25-4-1999, na sua última homenagem em vida, prestada pelo Povo da Pampilhosa, o seu nome ficou perpetuado no coreto da Vila. Foi regente da Filarmónica Pampilhosense até 1990, quando foi substituído pelo seu filho Manuel Pleno, falecendo em 29 de Junho de 2001, com 92 anos de idade. Jaz no cemitério Velho da Pampilhosa. Parte da sua obra está exposta no Museu de Etnomúsica da Bairrada (Troviscal – Oliveira do Bairro).
Texto: site da Filarmónica Pampilhosense

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