Joaquim Tanoeiro e Toino Roque

No primeiro, a sua profissão está referenciada. A arte da tanoaria, as aduelas e o manejamento da madeira, para ele, não tinham segredos.

O Toino Roque era um ferreiro com características de artesão. Trabalhava bem o ferro e fazia utensílios que depois comercializava.

Sem problemas de IVA ou de IRS, os dois calcorreavam as feiras das redondezas e ai vendiam os canecos e dornas, as trempes, tenazes e foicinhos pelo melhor preço, sempre regateado pelo comprador.

Em determinada feira, o Tanoeiro ultrapassou o espaço que lhe estava destinado e obstruiu a via pública. Levado ao posto da autoridade mais próxima, não querendo pagar a multa, foi preso.

Vendo a demora do parceiro, o Toino Roque afastou-se do local da sua venda dizendo que ia ao posto fazer os possíveis para libertar o amigo. Pouco tempo depois aparece o Tanoeiro já com o castigo cumprido. Alguém lhe perguntou pelo Roque e ele respondeu: "Ficou preso!".

Este foi um, em muitos episódios, que o tanoeiro e o ferreiro foram autores e intérpretes.

Texto extraído do livro "Outros Tempos" de Helder Monteiro

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