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Lila Madeira

A Ti Lila Madeira: A Mestra da Cozinha que Alimentou Gerações em Santana


Nas últimas décadas do século XX, quando as festas familiares ainda aconteciam em casa e a aldeia vivia num espírito de verdadeira comunidade, a Ti Lila Madeira era nome obrigatório sempre que se falava em boa comida. Cozinheira de mão cheia, conhecida por todos em Santana, a Ti Lila era chamada para preparar almoços e jantares em casamentos, batizados e outras festas familiares, numa época em que tudo se organizava com a ajuda dos vizinhos, das mesas corridas e da cozinha sempre cheia de gente.

A Ti Lila tinha um talento especial: transformava ingredientes simples em verdadeiros banquetes. Quem a via trabalhar percebia logo que cozinhava não só com técnica, mas também com alma. Sabia o que cada prato precisava, conhecia os gostos da terra e tinha aquela intuição que só os grandes cozinheiros possuem.

Contratá-la era sinal de garantia: festa com a Ti Lila significava mesa farta e comida inesquecível. Ainda hoje, muitas famílias falam com ternura daquele casamento em que a Ti Lila deixou a sua marca ou do batizado em que conduziu a cozinha como ninguém.

Mas o contributo da Ti Lila não se ficava pelas festas particulares. A sua generosidade e dedicação levavam-na também às coletividades da terra, onde ajudava sempre que era preciso - em almoços comunitários, festividades tradicionais, angariações de fundos e tudo o que envolvesse meter as mãos na massa. A sua presença era uma mais-valia: trabalhadora incansável, organizada, e sempre pronta a orientar quem quisesse aprender.

A cozinha era o seu mundo, mas o seu impacto ia muito além dos tachos e panelas. A Ti Lila Madeira ajudou a unir famílias, contribuiu para o sucesso das coletividades e deixou um legado de sabor, convivência e partilha. Fez parte de um tempo em que as festas eram vividas dentro de casa, com cheiros que se espalhavam pelas ruas da aldeia e com mesas onde cabia sempre mais um.

Hoje, lembrar a Ti Lila é recordar a riqueza humana e cultural de Santana. É evocar o calor das cozinhas familiares, o espírito de entreajuda e a arte antiga de cozinhar para muitos - e cozinhar bem. A sua memória permanece viva nos pratos que continuam a ser relembrados e nas histórias que ainda se contam, sempre com um sorriso e um “a Ti Lila é que sabia”.

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