Ordenhas Coletivas
- Jorge Monteiro
- 17 de jul.
- 2 min de leitura
As ordenhas coletivas foram uma prática comum em muitos meios rurais de Portugal durante as décadas de 1980 e 1990, especialmente em regiões de forte tradição leiteira como o Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral e algumas zonas do Alentejo e Ribatejo. Estas ordenhas coletivas refletiam tanto uma necessidade prática como uma forma de organização comunitária num contexto agrícola de pequena escala.
As ordenhas coletivas consistiam em locais ou estruturas — normalmente instalações comunitárias — onde vários produtores de leite traziam as suas vacas (ou o leite previamente ordenhado em casa) para serem ordenhadas de forma mais eficiente e higiénica.
Estas estruturas surgiram principalmente por necessidade de modernização (pequenos agricultores nem sempre tinham condições sanitárias ou equipamento adequado em casa); partilha de recursos (era mais económico partilhar um sistema de ordenha mecânica do que cada produtor ter o seu); apoio institucional (algumas cooperativas agrícolas ou associações de produtores promoveram estas infraestruturas, muitas vezes com o apoio do Estado ou dos fundos europeus).
Eram infraestruturas simples mas funcionais, geralmente com tanques de refrigeração, sistemas de ordenha mecânica e tanques de armazenamento de leite, com funcionamento diário, de manhã e ao fim do dia, para coincidir com os ritmos normais da ordenha. A recolha organizada do leite, facilitava o transporte para as fábricas de laticínios ou para os entrepostos.
Com a modernização das explorações agrícolas, redução do número de pequenos produtores, aumento da exigência sanitária e entrada de Portugal na CEE (1986), muitos produtores investiram em ordenha mecanizada nas suas próprias explorações. Isso levou ao declínio das ordenhas coletivas, que hoje praticamente desapareceram ou foram convertidas para outros fins.
Em Santana também existiram várias infraestruturas deste género, atualmente todas inativas, conforme documentam as fotos seguintes:



António Ribeiro (comentário na página Santana/Fig.Foz Facebook):
"Emoção ver coisas que fizeram parte da vida dos meus avós. Abraços"