Os Fundadores da Sociedade Musical Santanense

Um Legado de Determinação e Cultura: A Fundação da Sociedade Musical Santanense

No dia 1 de Setembro de 1894, num tempo marcado por profundas dificuldades sociais, económicas e de acesso à educação, um grupo de homens visionários tomou uma iniciativa que marcaria para sempre a história cultural da freguesia de Santana: fundar a Sociedade Musical Recreativa Instrutiva e Beneficente Santanense.

Manuel Augusto Cabeço, António Rafael, João da Cunha Caceiro, Manuel de Oliveira, Manuel Domingos, Joaquim Rodrigues Cação, Joaquim Gomes Carqueijeiro, António Celestino da Silva, Guilherme Domingues da Silva, Joaquim da Cunha Caceiro e Joaquim Maria de Oliveira uniram esforços, vontades e sonhos para criar uma associação que fosse muito mais do que uma simples banda filarmónica. Fizeram-no num contexto onde os recursos eram escassos, a instrução musical era privilégio de poucos, e as condições de vida não favoreciam este tipo de empreendimento.

A fundação desta sociedade representou um verdadeiro ato de coragem e de visão. Os seus fundadores acreditaram no poder transformador da música, na importância da instrução e no valor da solidariedade. Ao dotar a comunidade de um espaço de cultura e formação, lançaram as bases de um projeto que ultrapassaria gerações.

Mais de um século depois, a Banda da Sociedade Musical Santanense é testemunho vivo dessa herança. Nunca interrompeu a sua atividade, resistindo às vicissitudes do tempo, às mudanças sociais e às dificuldades económicas. Formou centenas de jovens músicos, transmitindo valores de disciplina, dedicação e espírito de grupo. Muitos desses jovens seguiram carreira profissional na música, levando o nome de Santana e da sua banda além-fronteiras.

Hoje, ao olharmos para o percurso da Sociedade Musical Santanense, é com profundo respeito que evocamos os nomes dos seus fundadores. A sua iniciativa, num tempo de tão escassos meios, continua a ser fonte de inspiração e orgulho para toda a comunidade.