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Os Padeiros de Santana

Na aldeia de Santana a figura do padeiro ocupou durante muitas décadas um lugar de destaque na vida quotidiana da comunidade. Muito mais do que um simples ofício, a arte de fazer pão era um verdadeiro serviço público, essencial à alimentação diária das famílias locais.

Os padeiros trabalhavam, muitas vezes, em horários ingratos, começando as suas jornadas de madrugada, ainda antes do sol nascer, para que o pão chegasse fresco às mesas ao amanhecer. O cheiro característico do pão a cozer nos fornos a lenha era um dos sinais mais marcantes da rotina da aldeia, símbolo de conforto e de continuidade. O pão não era apenas alimento - era parte da cultura, da partilha e da vida comunitária.

Na ausência de grandes supermercados ou cadeias de distribuição, o pão produzido localmente era o único disponível, e o padeiro era uma figura essencial no tecido social. Muitas vezes, fazia a distribuição porta a porta, conhecendo pelo nome cada morador e criando laços de proximidade que iam além da relação comercial. Em épocas de maior dificuldade, como nos tempos de guerra ou de escassez, era também o padeiro quem, com generosidade, procurava garantir que ninguém ficasse sem o básico.

A profissão exigia grande conhecimento técnico e físico: desde a preparação da massa, à fermentação, moldagem e cozedura, tudo era feito de forma manual ou com o auxílio de ferramentas simples. Cada fornada trazia consigo o saber acumulado de gerações, respeitando receitas e práticas tradicionais.

Com o passar do tempo e o avanço da industrialização e da distribuição em larga escala, os fornos tradicionais foram encerrando e a profissão foi perdendo o seu protagonismo. Ainda assim, a memória do padeiro de Santana permanece viva nas histórias da aldeia, como símbolo de trabalho árduo, dedicação e proximidade humana.

A importância dos padeiros em Santana é, assim, inseparável da história e da identidade local. Valorizar esta profissão é reconhecer o papel essencial que desempenhou na construção de uma comunidade mais coesa e solidária, alimentando não só os corpos, mas também os vínculos sociais.



19 comentários

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Francisco Freitas
13 de nov.

"Ainda fui para Coimbra na carrinha do Raul quando ele ia vender pão a Coimbra!"

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Cristina Cação
13 de nov.

"Eu também sou neta e filha de Padeiros... o Ti Benta meu avô e o Amílcar meu pai!!!" (comentário na página Santana/Fig.Foz Facebook)

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Cristina Cação
13 de nov.
Respondendo a

"é verdade Clara...também me lembro bem do sr Neves que também cozia uns bolos da Páscoa como o meu pai..."

(comentário na página Santana/Fig.Foz Facebook)

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Valentim Cação José Alberto
13 de nov.

"Ainda me lembro deles" (comentário na página Santana/Fig.Foz Facebook)

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Dulce Cunha
13 de nov.

"Eu sou neta de um padeiro cá de Santana o Sr.José Cipriano que lhe chamavam o Zé padeiro" (comentário na página Santana/Fig.Foz Facebook)

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Anabela Fonseca
13 de nov.

"Fui muitas vezes a broa buscar D Ernestina.

Atravessa as terras frescas passava no laranjal do Sr.Gil apanhava umas tangerinas e comi as pelo caminho p minha não ver mas pelo o cheiro não se conseguia enganar ninguém.

Éramos tão felizes com tão pouco!" (comentário na página Santana/Fig.Foz Facebook)

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