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Os Talhos de Santana

Em meados do século XIX, a aldeia de Santana vivia com um ritmo muito próprio. Era um tempo em que quase tudo se fazia com as mãos, em que os vizinhos se conheciam pelo nome, e em que o comércio local era essencial para o dia a dia da população. Entre esses comércios, os talhos ocupavam um lugar de destaque — não só como fornecedores de carne, mas como verdadeiros pontos de encontro e apoio à comunidade.

Num tempo em que os frigoríficos eram raros e as deslocações à cidade pouco frequentes, os talhos eram uma peça central na organização da vida doméstica. A carne era comprada em pequenas quantidades, quase sempre para o consumo imediato. Muitas vezes, vinha de produtores locais, o que criava um ciclo de confiança entre quem criava, quem vendia e quem comprava.

Mas os talhos eram mais do que um espaço comercial. Os talhantes conheciam todos: sabiam quem passava por dificuldades, quem precisava de pagar mais tarde, quem vinha ali mais pela conversa do que pela compra. O atendimento era personalizado, humano, baseado na confiança mútua.

Além disso, os talhos contribuíam diretamente para o desenvolvimento da aldeia. Geravam trabalho, tanto direto como indireto, e ajudavam a fixar pessoas em Santana numa altura em que muitos pensavam em emigrar. A estabilidade que proporcionavam às famílias faziam deles um ponto de apoio económico e social.

Era um tempo diferente, em que as pequenas coisas tinham um valor enorme. E os talhos de Santana, discretos mas essenciais, foram durante muitos anos uma dessas coisas: uma presença constante, que ajudou a manter unida a vida comunitária da aldeia.

Na foto da direita, uma notícia do jornal O Figueirense de 20 junho de 1953, onde se destaca a abertura, em breve, do talho do Sr. Manuel Sansana (alvará de 24.11.1953). O referido talho, localizado na rua principal de Santana - Rua D. José Inácio Castelo Branco - estava instalado no edifício assinalado na foto da esquerda.

Como refere a notícia, este era o terceiro talho a abrir em Santana. Anteriormente já existiam os talhos do Sr. António Jorge Acúrcio (alvará de 09.08.1939) e do Sr. Emídio Gaspar Lontro (alvará de 22.09.1952).


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