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Os Tanoeiros de Santana

Na aldeia de Santana a profissão de tanoeiro teve, em tempos passados, uma importância significativa na vida económica e rural da comunidade. O tanoeiro era o artesão especializado na construção de pipas, dornas, barris e outros recipientes de madeira, indispensáveis para o armazenamento e transporte de líquidos, como vinho, azeite e água, mas também para salgar carne ou peixe.

Numa região em que a agricultura e a pequena produção vinícola tinham um papel importante, o trabalho do tanoeiro era essencial. Sem os seus recipientes, muitas atividades agrícolas e domésticas simplesmente não poderiam funcionar. O saber do tanoeiro não estava apenas na construção, mas também na escolha da madeira certa - geralmente carvalho ou castanheiro - e no domínio de técnicas complexas como a curvatura das aduelas, a vedação sem pregos ou colas, e a perfeita montagem dos aros de ferro que sustentavam as peças.

A oficina do tanoeiro era um espaço de trabalho intenso e habilidoso, onde o cheiro da madeira recém-cortada se misturava com o som ritmado das ferramentas. Tal como outras profissões tradicionais, também esta era muitas vezes passada de pais para filhos, mantendo-se enraizada nas famílias ao longo de gerações.

Além da utilidade prática, o tanoeiro ocupava um lugar de respeito na comunidade. Era comum que os produtores de vinho e os lavradores encomendassem as suas peças diretamente ao artesão, confiando no seu olho experiente e na sua mão segura. O seu trabalho garantia a conservação dos bens essenciais da vida rural - desde a colheita até ao consumo.

Com a chegada dos recipientes em plástico e metal, a profissão entrou em declínio. As pipas deixaram de ser vistas como necessidade e passaram a ser, muitas vezes, objetos decorativos ou peças de museu. No entanto, a figura do tanoeiro não foi esquecida: continua a ser lembrada com respeito como símbolo de um tempo em que o trabalho artesanal era sinónimo de engenho, resistência e utilidade.

A presença dos tanoeiros em Santana faz parte do património humano da aldeia. Celebrar a sua memória é reconhecer a importância do saber manual e da relação próxima entre o homem, a matéria-prima e as necessidades do quotidiano rural.



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29 de jul.
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António Manuel Gil (comentário na página Santana/Fig.Foz Facebook):

"O mais famoso dos tanoeiros do séc. XX, de Santana, foi sem dúvida o mestre Silva, avô materno do m/ saudoso amigo e colega de escola Luís António Silva Azenha, o qual tive o privilégio de conhecer, assim como toda a sua família !"

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